Essa pesquisa teve como objetivo geral: apresentar o valor ontológico do trabalho e junto a isso apresentar o ciclo de precarização das relações de trabalho manifesta nas mais variadas faces da exploração do trabalho humano no contexto da sociedade de classes, os quais impactam diretamente na formação inicial e continuada dos professores e, por fim, desaguam na educação (stricto e lato sensu). Para tal objetivo, o trabalho apresenta uma taxonomia onde podemos observar um longo ciclo de precarização das relações de trabalho, a criação do ethos neoliberal e as suas consequências no “Mundo do Trabalho” e na educação. Tem como objetivos específicos: apresentar o movimento dialético da categoria do trabalho; resgatar sinteticamente o valor ontológico do trabalho, entendendo-o enquanto ato de fruição e de catarse humana; apresentar as principais mistificações da categoria do trabalho ao longo de nossa história humana e sua intensificação a contento do modo de produção capitalista; apresentar os processos de reestruturação, de flexibilidade e de precarização da economia e do trabalho; analisar criticamente o processo de trabalho precarizado dos “entregadores por aplicativos”; compreender como se dá a relação da precarização do trabalho com a formação inicial e continuada dos professores e a educação dos filhos da classe trabalhadora na escola, tanto em suas determinações econômicas como nas sociais. O mesmo possui natureza teórico-bibliográfica e para tal lança mão em uma miríade bem diversificada de autores renomados onde, sem temer a teoria, transita pela Psicologia com Safatle (2021) e Dunker (2021), pela Sociologia com Antunes (2018; 2017; 2011), Braga (2017; 2012) e Brandão (2019), pela História com Engels (2010), Thompson (2019), Prado Junior (2019), Galeano (2019) e Mattos (2019), pela Geografia com Harvey (2016) e Fernandes (2013), pela Filosofia com Marx e Engels (2010; 2007), Marx (2010) e Kosik (1976), pela Economia com Forrester (1997), Paulo Netto (2008) e Mészáros (2016; 2011; 2007) e pela Educação com Saviani (2018; 2013), Duarte (2016), Kuenzer (2008), Gentili (1995), Bourdieu (2015) e Chauí (2018), entre outras leituras complementares, anuente com o método proposto por Marx (2011) e Paulo Netto (2011). Assim, trata-se de uma reflexão descritiva-exploratória e crítico-comparativa que enseja explicitar a relação entre o contexto de crise que nos circunscreve com a educação (stricto e lato sensu), destacando seus limites e suas possibilidades. Por fim, a construção deste TCC ressalta que o processo de precarização das relações de trabalho e socias enseja já começou a produzir efeitos deletérios sobre a realidade da educação (stricto e lato sensu) a na escola (stricto sensu), locus privilegiado de formação dos sujeitos sociais e da classe trabalhadora. Não é casual que sob o controle do Estado, a sociedade e os empresários vêm atribuindo à educação a função de redentora dos males sociais, visto que a escola passou a ser espaço de formação para a cidadania e para o mercado de trabalho. Lugar por excelência da formação do capital humano e de consciência crítica não-reprodutivista, cabe a escola uma função social a qual nem o capital em crise nem a classe trabalhadora revolucionária não podem prescindir.
Trabalho de conclusão de curso apresentado por Francisco Glauber de Oliveira Paulino – graduado em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará – UECE, no ano de 2022. Tendo como orientadora a Profª. Drª. Raquel Dias Araujo.
Link para acesso: http://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=108237