Falar de maternidade e relações de cuidados nos envolve em uma trama que ora nos escapa entre os dedos, afinal, esse é um tema restrito a espaços privados e domésticos mistificados por cristalizações de corpos e sentidos, e ora nos acerta em cheio, ao nos arriscarmos a desvendar seus véus e percebermos que são nessas relações que o mundo como o conhecemos é sustentado. Assim, reificamos que não nos é mais possível tratar de qualquer temática social sem levarmos em consideração as interseccionalidades das relações de gênero, raça/etnia e classe social. Por isso, compreendemos aqui, as relações de cuidado como um fenômeno polissémico e modulado, através de marcadores sociais que regulam lugares e corpos possíveis nos mais distintos campos sociais.