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Acervo bibliográfico

Título

Quem se torna bolsista de iniciação científica na UFMG? uma análise de fatores que influenciam no acesso à bolsa

Área

Dissertação - Humanas / Educação

Autores

Mariana Gadoni Canaan

Resumo

Esta dissertação se propõe a analisar a distribuição de bolsas de iniciação científica na Universidade Federal de Minas Gerais. O trabalho foi guiado por algumas perguntas básicas: quem são os bolsistas? Como e por que eles se tornaram bolsistas? Para responder a essas perguntas, utilizaram-se diferentes técnicas e métodos de pesquisa: a) realização de um estudo de coorte; b) tratamento de dados estatísticos secundários sobre os ingressantes nos cursos de Ciências Biológicas, Engenharia Elétrica e História nos anos de 2007, 2008 e 2009; e c) entrevistas semiestruturadas com doze bolsistas de iniciação científica dos três cursos analisados. Os resultados evidenciaram que o perfil médio do bolsista de iniciação científica não se diferencia significativamente do perfil médio do aluno dos cursos analisados. São, em sua maioria, jovens, brancos, solteiros, pertencentes às camadas médias de Belo Horizonte e região, com pais altamente escolarizados e uma trajetória escolar anterior bem sucedida. Apesar de perfil semelhante, alguns fatores socioeconômicos aumentam as chances de um aluno se tornar bolsista de IC durante a graduação, e esses fatores variam entre os cursos analisados. O curso de História foi o único no qual a hipótese inicial do estudo se confirmou, a saber, a posse de capital cultural mostrou-se vantajosa no acesso à bolsa, assim como o capital econômico. Ao contrário do esperado, no caso do curso de Ciências Biológicas, maior capital cultural significa menos chances de se tornar bolsista, mas, mais capital econômico, significa maior chance de acesso à bolsa. No caso de Engenharia Elétrica, apenas o capital escolar parece trazer alguma vantagem na obtenção da bolsa. As motivações que impulsionam o aluno à iniciação científica não diferem significativamente de acordo com o curso e a origem social. Destacam-se a busca pelo aprofundamento de temas de interesse, o aprendizado de métodos e técnicas de pesquisa, a preocupação de inserção na lógica de funcionamento da universidade e o aprimoramento do currículo visando à pós-graduação. Entretanto, a origem social parece ter efeito na mobilização dos estudantes: aqueles pertencentes aos estratos socioeconômicos C e D são mais propensos a desenvolverem estratégias para obtenção da bolsa, tais como procurar vários professores, trabalhar como voluntários, buscar bolsas em outras unidades da universidade, procurar bolsas em linhas de pesquisa com mais recursos, etc.