O lócus que dá origem a este livro – as ações da Associação Internacional de Pesquisa na Graduação em Pedagogia (AINPGP), mais especificamente, a realização do XII Fórum Internacional de Pedagogia (FIPED) – já anuncia seu lugar político e social. Por tratar-se de espaços de mobilização de educador@s e estudantes engajados na defesa da educação pública, da pesquisa e da universidade como mecanismos sociais de fortalecimento da democracia, trata-se de uma obra engajada e politicamente situada nas trincheiras democráticas, isso porque, aqui, educação e democracia são indissociáveis, entendidas como tecidos constitutivos à ciência que pensa e trabalha em prol de uma realidade humanizadora. O contexto da escrita dos textos que o compõem, é de extrema preocupação no Brasil e no mundo, e exige de tod@s, atenção e luta em defesa da educação, da ciência e da democracia. Estamos falando em tempos de ascensão de regimes neofascistas, de constantes ameaças à educação pública e de flertes com ditaduras; tempos pandêmicos de COVD-19, que agravaram e escancararam as desigualdades educacionais e sociais, nos quais as vidas das populações mais vulneráveis, foram brutalmente expostas a aprovações pelo descaso do Estado, e os referenciais de classe, gênero e raça acionaram dispositivos determinantes à vida e à morte; tempos de negacionismos científicos e de retrocessos em políticas de enfrentamento às desigualdades sociais; tempos nos quais as políticas neoliberais e capitalistas avançam assustadoramente e tomam o capital como centralidades determinante de modos de vida e da própria vida. Por isso, a AINPGP realizou o XII FIPED com o tema “Ciência como fronteira para a resistência democrática”, no sentido de reafirmar que produzimos ciência, resistiremos, continuaremos e venceremos.